1 de outubro de 2014




O lado feminino na política
 
Nós, mulheres, somos mais de metade da população brasileira (51,3%) e 52,13% do total do eleitorado brasileiro. Uma pesquisa global de opinião pública, realizada em 65 países pela rede WIN, revela que 41% dos brasileiros acreditam que o planeta seria um lugar melhor se as mulheres fossem maioria no mundo político.

Em 2009, segundo o Instituto Patrícia Galvão, 83% da população achavam que: “A presença de mulheres na política e em outros espaços de poder e de tomada de decisão resulta numa melhoria da política e desses espaços”.

Então, por que a representação política da mulher ainda é tão baixa no Brasil? Cerca de somente 9%? De acordo com o TSE, em outubro de 2010, o Brasil elegeu a primeira presidenta da República, duas governadoras e 134 deputadas estaduais. Nas eleições municipais de 2012, foram eleitas 657 prefeitas (11,84%) e 7.630 vereadoras (13,32%).

Um dos problemas é o sistema eleitoral que prejudica as mulheres. Segundo José Eustáquio Diniz Alves (demógrafo e professor titular do Mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisas Sociais da Escola Nacional de Ciências Estatísticas), “como as mulheres não estão nas estruturas partidárias, elas não ocupam os principais cargos dos partidos, então também não têm acesso adequadamente ao tempo de televisão, aos recursos financeiros, à rede de capital político desse partido. De um modo geral, o sistema eleitoral brasileiro é muito ruim para garantir um avanço das mulheres na vida política brasileira”.

Em 2013, em nova pesquisa, o Instituto Patrícia Galvão revelou que 8 em cada 10 brasileiros entrevistados consideraram que, sendo as mulheres mais da metade da população, deveria ser obrigatória a participação de metade de mulheres e metade de homens nas Câmaras de Vereadores, Assembleias Legislativas Estaduais e no Congresso Nacional.

A exclusão das mulheres das instâncias formais da política é um freio ao desenvolvimento socioeconômico de um país. Dados internacionais mostram que existe uma correlação entre a baixa participação feminina no Poder Legislativo e o grau de pobreza.

A mulher precisa de mais espaço na política, nós somos determinadas e não nos deixamos abater com os obstáculos do dia a dia. Temos capacidade para lutar por um mundo mais igualitário. Por isso é importante buscar a maior participação das mulheres em todos as áreas da sociedade, em especial no âmbito político. Eu certamente proporia a criação de uma lei de cotas para a ocupação mais igualitária das cadeiras de nossa Assembleia Legislativa por ambos os sexos.