Acabou, nesta quinta-feira (10), às 16h, o episódio eleitoral. A campanha foi bastante trabalhosa e angustiante para esta inexperiente candidata de poucos recursos. O trabalho era esperado, e até já tinha previsto um afastamento das atividades que retomei apenas após o término das eleições, às 17h, aqui no Brasil, com a atendimento ao meu primeiro casal apressado de oriundi pós-eleição... A angústia é que era desnecessária, mas surgiu de um fator inteiramente fora de nosso controle.
No momento em que distribuíamos o único material de campanha pelo Correio, o qual deveria chegar junto com o envelope eleitoral, este, o Correio, entrou em greve. Não sabemos até agora a extensão do estrago, sabemos somente que os argentinos abriram champanhe e trocaram brindes na certeza de uma vitória ampla. O que fazer? Procuramos reagir utilizando o telefone e a Internet, mas talvez todo esse esforço tenha resultado inútil se o voto não chegou na casa de nosso eleitor. Sabemos que um bom número não chegou, ou chegou tarde demais.
Poderíamos estar penalizados, com a grande diminuição do número de votos que retornaram aos consulados e o grande risco de não eleger um representante residente no Brasil, afinal, só no RS, onde resido, o percentual de votantes despencou de 76% em 2006, para 50% em 2008, apesar dos esforços desmedidos do cônsul Barbaro. Porém, independente do resultado, estou feliz pelo reconhecimento do trabalho e por encontrar tantas pessoas que compartilhavam das mesmas idéias e que se dispuseram a trilhar junto o caminho. São novos amigos conquistados, novas perspectivas e muito aprendizado.
No próximo dia 15, começa a contagem dos votos na Itália. Qualquer de nossos companheiros do PD que alcançar uma vaga, no Brasil ou nos outros países da América do Sul estará conquistando uma vitória para o Partito Democrático. Eu, seja qual for o resultado, sinto que tenho importantes tarefas à cumprir em meu trabalho junto à nossa comunidade.
A luta continua, pois o que fiz neste pleito reflete simplesmente as necessidades que o meu cotidiano de trabalho gera. Já o PD escreve outra história: de democracia partidária; de respeito; de construção coletiva do um projeto; de defesa incansável dos direitos dos cidadãos.
Quero agradecer a cada um e a cada uma que durante a campanha participou com seu voto, seu apoio ou até com aquela reclamação justa e construtiva que sempre ajuda e faz refletir.
Agora quero, com o teu apoio e tua participação, construir uma estratégia que, se não nestas, nas próximas eleições, leve um oriundo para o parlamento italiano. Além disso, quero, com a ajuda de cada italiano e italiana da América do Sul, um PD cada vez mais presente na vida da nossa comunidade.
Deixo aqui o meu reconhecimento e agradecimento à militância, ao empenho e ao trabalho das ítalo-brasileiras e dos ítalo-brasileiros que acreditaram no projeto do PD e que se mobilizaram; aos amigos e amigas das associações, entidades e comunidade italiana, que estiveram conosco nesta empreitada na qual tenho somente a certeza de que os votos que obtivermos foram conquistados a partir da dedicação voluntária e generosa deles.
Continuarei trabalhando, buscando com vocês a necessária igualdade de tratamento aos italianos que residem no exterior, pois, como disse e repito, não somos, aliás, nunca fomos, italianos de 2ª categoria.